segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O dia mais longo

Tudo começou pouco depois das zero horas de sábado.
Tinha-me deitado há pouco tempo quando a Aurora me disse:
"-Ooops! Acho que fiz xixi nas cuecas... Não! Não é xixi..."
Não precisei que ela acabasse a frase para perceber que as águas tinham rebentado.
Mecânicamente corri em busca do "dossier gravidez" e coloquei-o em cima do saco previamente preparado. Enquanto me vestia, a Aurora ligou ao Hospital e chamou um táxi. Os dez minutos que demorou pareceram uma eternidade.
Passados quinze minutos estávamos na maternidade e após examinar a Aurora, a parteira disse-nos que ainda ia demorar um bocadito, uma vez que, apesar das águas se terem rompido, ainda não havia contracções.
A noite passou depressa e de vez em quando conseguia dormitar sentado num cadeirão junto à cama da Aurora. Mas os sonos eram curtos e sempre terminados pelo choro dos bebés acabados de nascer.
O sol acabou por nascer, ficar a pino e por-se, mas a dilatação ainda não era suficiente para a realização do parto.
O choro dos recém-nascidos continuavam a rasgar a calmaria e eu já me interrogava quando ouviria o som do meu...
20:30. Entra uma médica no quarto e diz-me para ir a casa comer qualquer coisa porque o parto iria ser nessa noite. Assim o fiz e passada uma hora estava novamente no hospital depois de ter cravado boleia ao nosso vizinho.
23:30. Entra uma parteira sorridente no quarto e diz-nos: "Vamos a isso?"
Quinze minutos mais tarde estávamos na sala de partos.
A parteira mede a dilatação: "Pelos meus cálculos, o parto vai ser por volta das oito."
Até bati mal! Já não ia à cama desde quinta à noite e fisicamente não estava no meu melhor, mas tinha que aguentar.
Domingo.
6:00. A parteira mede a dilatação. Afinal ela tinha-se enganado nos cálculos. Estavamos prontos.
A médica entra na sala e o "assalto final" começa.
Ao fim de poucos minutos percebo pelo olhar da obstetra que há problemas. As minhas suspeitas confirmam-se quando a vejo pedir os forceps, mas a vontade de ver finalmente o meu filho é superior a isso tudo. Só posso esperar que tudo corra pelo melhor.
6:33 Ao fim de trinta horas de trabalho de parto ouço um bebé a chorar.
É o meu filho! Acho que quero chorar mas agora não consigo.

5 comentários:

Sheila disse...

"Acho que quero chorar mas agora não consigo."

Eu consigo. Parabéns! Tô muito emocionada e feliz por você. Mas também chateada um tantinho porque esses dias perguntei se você seria papai e você disse que não :(

Saúde infinita pra Aurora e pro filhote - qual o nome dele??

Aliás, que guerreira essa mulher! Aqui na Terra de SANTA Cruz o médico já teria feito uma cesárea beeeem antes!

Felicidades a família toda.

(e eu tô repetitiva... rsrs)

Beijocas enooormes cheias de carinho.

Amélia disse...

É o vosso filho e é lindo:D

Muitos Parabéns!!

Quando puderes envia-me a vossa morada para o email.

Beijos, beijos, beijos para os três!!!

Miguel disse...

Parabéns para os 3!!

Estamos muitos felizes por voces.

Abracos e Beijos,

Miguel

Unknown disse...

que desculpa linda!!!!!!parabéns aos três!e vê se chora viu!mas não se preocupe,ainda vão chegar muitas contas,da escolinha,do inglês,dos brinquedos da faculdade,tem tempo rsss bjssssssssssssssssssssssss

Anónimo disse...

Que relato mais panilas!!

Qual é o gajo que deixa a mulher sofrer durante 30 horas?? Eu tinha esmurrado logo a fronha à obstetra. Até parece que estais num lugar remoto de uma ex-colónia francesa... tipo "ele tem de sair por onde tudo começou..."!!

Tirando isso até correu tudo bem. Parabéns!!!